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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Caju


De origem brasileira, a planta pode ser cultivada em várias regiões do país e oferece diversas opções de consumo

por Texto João Mathias | Consultor José Emilton Cardoso*

Ernesto de Souza
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) reúne características adequadas para ser cultivado em pequenas áreas, como chácaras, sítios e quintais de residências, principalmente em regiões de clima quente e seco, em que se desenvolve melhor. De manejo fácil e pouco exigente em cuidados especiais, a fruteira tem grande importância econômica pela capacidade de gerar renda e emprego. No nordeste brasileiro, especialmente na faixa litorânea, de onde a espécie é originária, o cajueiro é frequentemente cultivado durante a entressafra de culturas tradicionais, como milho, feijão e algodão, oferecendo uma opção de ganhos para a época em que os agricultores, em geral, têm remuneração mais baixa. Mandioca, soja, sorgo e amendoim são outros produtos que podem ser consorciados com a cajucultura, além da criação de abelhas, que colaboram para a polinização do cajueiro.

O Nordeste responde pelo maior volume de produção do fruto no país, principalmente nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia. Mas a cajucultura também vem se espalhando por outras regiões do país com o caju-anão, cuja variedade produz precocemente quando são usadas mudas enxertadas. No Nordeste, o transplante deve ser feito de janeiro a abril, enquanto no Centro-Oeste, a melhor época é de setembro a dezembro. Para o plantio em pomares domésticos, não há necessidade de aplicar adubos químicos. A adubação orgânica, como esterco bem curtido, é suficiente para melhorar o solo após o primeiro ano de cultivo. 
Ernesto de Souza
O cajueiro se dá bem em regiões com temperatura média de 27 ºC
A castanha, comumente confundida com o "cabo" do caju, é de fato o fruto verdadeiro que gera a amêndoa. Alimento rico em proteína, lipídios, gordura insaturada, fibras e vários nutrientes, é consumido torrado e tem como principal destino as exportações. Norte-americanos e canadenses são grandes compradores do produto nacional.

Por aqui, o que mais se aproveita é o chamado pedúnculo, ou falso fruto, a parte carnosa de cor alaranjada ou avermelhada. Além de ser consumida in natura, dela podem-se fazer sucos, cajuína - suco de caju clarificado, como a sidra da macieira -, sorvetes, doces cristalizados, compotas, licor, mel, geleias e até cachaça. Fonte de vitamina C, cálcio, fósforo e ferro, o pedúnculo é considerado diurético e anti-inflamatório.

*José Emilson Cardoso é pesquisador do Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Agroindústria Tropical, Rua Dra. Sara Mesquita, 2270, Campus do Pici, Fortaleza, CE, CEP 60511-110, tel. (85) 3391-7292, emilson@cnpat.embrapa.br
Onde comprar: a Embrapa Agroindústria Tropical dispõe de mudas para pequenos sitiantes e sob encomenda para demandas de grandes volumes. Há também no mercado viveiristas credenciados pelo Mapa
Mais informações: Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju), Av. Barão de Studart, 2360, 4o andar, salas 404/405, CEP 60120-002, Fortaleza, CE, tel. (85) 3246-7062, sindicaju@sindicaju.org.br